quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Uma história de vida


Poucas vezes usamos esse espaço em causa própria de algum integrante da roda, porém dessa vez, com a licença de todos, eu o farei. E explico:

há pouco mais de seis anos eu começava um novo ciclo em minha vida. A partir dali, tudo seria diferente. São anos de muitas histórias.

Foi no dia 30 de maio de 2005 que entrei pela primeira vez com meu cavaquinho no Renascença. À mesa, Tantinho da Mangueira, Mestre Trambique, Didu Nogueira, Luciano Macedo e outros, tocando para um público de pouco mais de quarenta pessoas. (a cada dia que passa conheço alguém que estava neste histórico dia 30)

Moacyr, o comandante daquilo, que era pra ser apenas um almoço com um violão e um pandeiro, gritava pro Gilson gelar a cerveja e pedia o maxixe com jiló ao fraterno Jorge Ferraz. Na semana seguinte, umas cem pessoas, e na outra mil. Era o Samba do Trabalhador nascendo.

Qualquer coisa que eu fale será pouco, não tem muito como explicar. Em agosto já estávamos gravando um CD com DVD. Uma loucura...

Eu, com meus 19 anos, jamais imaginaria os frutos que aquilo tudo daria. Frutos no samba e na vida.

Aprendi ali a respeitar o samba, a enxergar as coisas de uma outra maneira, a ver beleza nas coisas mais simples da vida.

Hoje, seis anos depois, somos surpreendidos a cada segunda, com um público cada vez mais variado e inesperado. Essa última, por exemplo, tinha gente de Natal, Porto Alegre, São Paulo, Pará, Maranhão, França, Japão... e não tem um que não nos chame pelo nome. É, de fato, impressionante.

Falo tudo isso, pois segunda agora, dia 26 de setembro de 2011, fui convocado pelo querido Moa a cantar uns sambas do meu primeiro CD, O Que Vai Ficar Pelo Salão, ao lado do meu parceiro querido Alexandre Nunes, que por sua vez mandará algumas do seu recém lançado Minha Filosofia.

Poderia ser mais uma segunda, mas com esse convite, que muito me orgulhou, será diferente.

Quando naquele 30 de maio sentei àquela mesa, com mãos trêmulas de nervosismo, jamais imaginaria que isso fosse acontecer um dia. Por isso fiquei muito honrado e emocionado com o convite, pois sou certo de que "O Que Vai Ficar Pelo Salão", mesmo que involuntariamente, nasceu naquele terreiro mágico, aquele quintal dos deuses negros, que nos protegem a cada segunda de sol ou chuva.

Espero ver os amigos por perto dia 26 agora, para mais uma segunda, é claro, que promete ser muito especial.

O Renascença fica na Rua Barão de São Francisco 54, e o Samba do Trabalhador inicia os trabalhos por volta das 16:30.

Um abraço!

Gabriel Cavalcante ( da Muda )

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